Abstract:
A Constituição Federal de 1988 garante a todo cidadão brasileiro o direito à saúde. Desta forma, através do Sistema Único de Saúde (SUS) regulamentado pelas Leis nº 8080/90 e nº 8142/92, o atendimento público obrigatório a todos os cidadãos passou a oferecer entre outros, a realização integrada das ações assistenciais e atividades preventivas em saúde. Todos usam o SUS através dos serviços desenvolvidos em suas diversas áreas como vigilância sanitária, campanhas de vacinação, vigilância epidemiológica, etc. O cenário encontrado atualmente na saúde pública brasileira é bastante dinâmico e complexo, exigindo por isso que a situação de saúde da população seja analisada continuamente. A padronização de metas nacionais em saúde pública pode facilitar a organização do serviço, com planilhas e relatórios padrões. Porém, a realidade local nem sempre favorece o cumprimento de tais objetivos. O cotidiano dos usuários do SUS municipal, demonstrado através de suas falas e atitudes, tende a favorecer a adequação dos métodos e facilitar a proposição de ações que melhor atendam a realidades tão específicas. Desta forma, este trabalho relata a pesquisa realizada sobre o cotidiano assistencial dos usuários do serviço público de saúde em um município de pequeno porte situado no Sul de Minas, com o objetivo de compreender as concepções de saúde destes usuários e profissionais da área. Por tratar-se de um trabalho marcadamente qualitativo, optou-se por um relato etnográfico dos discursos e experiências desses atores (usuários e profissionais da rede de assistência), cujos dados foram recolhidos por meio da observação participante nas unidades de saúde e em outros locais, e também através de entrevistas abertas e gravadas. De modo paralelo às investidas no campo foram analisadas também diversas fontes documentais. A amostra foi determinada por saturação.