Repositório UNIFEI UNIFEI - Campus 1: Itajubá PPG - Programas de Pós Graduação Dissertações
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Tipo: Dissertação
Título: Ficção científica e progresso tecnológico: uma análise de distopias climáticas do século XX
Autor(es): RODRIGUES JUNIOR, Denis Marcio
Primeiro Orientador: SANT’ANNA, Daniele Orgaghi
Resumo: A ficção científica tem sido um dos gêneros mais populares da literatura desde o seu surgimento no século XIX. O gênero busca então olhar para o futuro, imaginando novos avanços tecnológicos que então pareciam ilimitados, o que o faz se aproximar da literatura de utopia e distopia. Após o fim da Segunda Guerra Mundial e a explosão da bomba atômica, o otimismo em um mundo guiado pela ciência diminui consideravelmente e as distopias consideram o próprio fim da civilização através dos subgêneros apocalíptico e pós-apocalíptico. O cataclisma nuclear permanece popular nas obras ficcionais ao longo de todo o século, mas a partir dos anos 70, uma nova ameaça se revela tão perigosa para a civilização humana quanto: as crises ambientais. O prognóstico de um colapso cria um imaginário distópico tão poderoso quanto o de uma guerra nuclear, sendo também uma ameaça ao modo de produção capitalista, uma vez que limites externos ao crescimento econômico são estabelecidos. Se a bomba atômica evidenciou o potencial destrutivo da tecnologia bélica, as crises ambientais colocam em questão os mesmos artefatos tecnológicos que permitiram o otimismo do século XIX. Este trabalho se pergunta como obras de ficção distópicas caracterizam as crises ambientais ao longo do último século. Tem objeto de estudo, portanto, as distopias climáticas, definidas como: obras ficcionais situadas em um futuro próximo ou distante que descrevam uma sociedade pior, de acordo com o autor, do que a do momento e local em que foi escrita e que tratem de questões ecológicas ou ambientais como o foco, ou um dos focos, da disfuncionalidade do seu mundo. Seu objetivo é investigar as diferentes percepções críticas em relação a tecnologia em distopias climáticas. Para fazê-lo, se propõe a examinar a história da difusão da crença nas mudanças climáticas antropogênicas, comparar o caráter distópico de obras de ficção científica ao longo do século XX e identificar nestas críticas específicas a tecnologia, levando em conta seu contexto histórico e artístico. Em seus resultados, observa-se que: a oposição entre civilização e natureza é um tema recorrente nas obras estudadas, ao refletir sobre modos alternativos de existência fora da sociedade industrial moderna; As obras se mostraram úteis para o estudo da história das crises ambientais, ao revelar características de momentos chave da conscientização quanto a estas; E, por fim, não há uma linearidade na crítica que realizam quanto ao progresso tecnológico, mas todas manifestam posições contrárias ao modo de vida capitalista.
Abstract: Science fiction has been one of the most popular genres in literature since its emergence in the 19th century. The genre sought to look at the future, imagining new technological advances, that then seemed unlimited, which brought it closer to the literature of utopia and dystopia. After the end of World War II and the explosion of the atomic bomb, optimism in a world guided by science diminishes considerably and dystopias considered the very end of civilization through the apocalyptic and post-apocalyptic subgenres. The nuclear cataclysm remained popular in fictional works throughout the century, but in 1970s, a new threat proved to be just as dangerous for human civilization: the environmental crises. The prognosis of a collapse created a dystopian imagery as powerful as that of a nuclear war. It was also a threat to the capitalist mode of production since external limits to economic growth are established. If the atomic bomb showed the destructive potential of war technology, environmental crises call into question the same technological artifacts that allowed the optimism in the 19th century. This dissertation asks how works of dystopian fiction characterize environmental crises over the last century. Therefore, climatic dystopias are the object of study, defined as: fictional works located in the near or distant future that describe a worse society, according to the author, than that of the moment and place in which it was written and that deal with ecological or environmental issues such as the focus, or one of the focuses, of the dysfunctionality of their world. Its objective is to investigate the different critical perceptions regarding technology in climatic dystopias. To do so, it proposes to examine the history of the belief in anthropogenic climate change, to compare the dystopian character of science fiction works throughout the 20th century and to identify in these specific criticisms the technology, taking into account its historical and artistic context. In the results, it is observed that: the opposition between civilization and nature is a recurring theme in the works studied, when reflecting on alternative modes of existence outside modern industrial society; The works proved to be useful for the study of the history of environmental crises, by revealing characteristics of key moments of awareness regarding these; And, finally, there is no linearity in their criticism of technological progress, but they all manifest positions contrary to the capitalist way of life.
Palavras-chave: Distopia
Ficção científica
Ficção científica
Tecnologia
CNPq: CNPQ::OUTROS::CIÊNCIAS SOCIAIS
Idioma: por
País: Brasil
Editor: Universidade Federal de Itajubá
Sigla da Instituição: UNIFEI
metadata.dc.publisher.department: IRN - Instituto de Recursos Naturais
metadata.dc.publisher.program: Programa de Pós-Graduação: Mestrado - Desenvolvimento, Tecnologias e Sociedade
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
URI: https://repositorio.unifei.edu.br/jspui/handle/123456789/2391
Data do documento: 12-Mar-2021
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