Otimização do uso da água aplicada à produção em laticínios de pequeno porte, estudo de caso em empresa localizada na cidade de Itajubá_MG.

Abstract

Atualmente, Minas Gerais é o terceiro Estado que mais cresce no Brasil. Porém, com o maior desenvolvimento acentuam-se os problemas sociais e estruturais, causados pelo crescimento não planejado. As poluições do solo e da água estão entre as questões que mais preocupam as autoridades. Os mineiros são os principais produtores nacionais de leite e produtos lácteos, com a existência de cerca de 1.300 laticínios, número considerado muito maior, observando as empresas clandestinas. A maioria dessas indústrias não possui sistema de gestão ambiental e lançam seus efluentes in natura no meio ambiente. O soro proveniente da produção do queijo possui um alto poder de poluição ambiental, possuindo uma Demanda Química de Oxigênio – DQO, 100 vezes maior que o esgoto sanitário. A produção de efluente está diretamente relacionada ao consumo de água observado no laticínio. No estudo de caso realizado em empresa localizada na cidade de Itajubá/MG, realizou-se a caracterização qualitativa e quantitativa dos efluentes produzidos, buscando-se a possibilidade de diminuição do consumo e de reúso da água, bem como opções de tratamento dos efluentes. Conclui-se que apenas a água oriunda do sistema de refrigeração pode ser reutilizada de forma restrita e que a utilização direta do soro do leite como matéria prima na fabricação de produtos lácteos e complemento da ração animal, é prática sustentável e financeiramente viável. A realização destas opções, também, diminuia carga orgânica direcionada ao sistema de tratamento de efluentes, demandando uma estrutura mais simples, idealizada, nesse estudo, por meio da implantação do reator UASB que permite o aproveitamento do biogás, podendo reverter numa economia de 41% no consumo mensal da lenha utilizada na caldeira, ou seja, um beneficio de R$ 246,00 / mês para a empresa. Observa-se de forma geral que a qualidade duvidosa do leite utilizado pelos pequenos laticínios, bem como a falta de procedimentos de boas práticas sanitárias por estas empresas, acarretam em dificuldades no cumprimento das Leis e das Normas, que incidem diretamente na qualidade dos produtos.