Resumo:
Os medicamentos veterinários (MVs) fazem parte dos grupos dos contaminantes emergentes, uma vez que não possuem legislação quanto à presença destes contaminantes em matrizes ambientais como água, solo e sedimento. O conhecimento do destino no ambiente e o potencial ecotoxicológico a organismos não alvos dos MVs ainda são escassos. Os MVs podem ser eliminados por vias de excreção (fezes e urina) de animais, descarte inadequado de embalagens, aplicações de estrume em terras agrícolas e acesso dos animais aos recursos hídricos. No solo os MVs podem sofrer processos de sorção, lixiviação, escoamento superficial, resultando na contaminação do mesmo e dos recursos hídricos. O presente trabalho propõe avaliar o comportamento do albendazol (ABZ) e seu metabólito sulfóxido de albendazol (ABZSO) no horizonte A do Latossolo Vermelho Amarelo de Minas Gerais (MG) bem como sua remoção em soluções aquosas por um dos Processos Oxidativos Avançados (POAs), a fotocatálise heterogênea. Os estudos de sorção dos fármacos revelaram que estes são adsorvidos ao solo tendo um Kf, em pH sem ajuste, para o ABZ e ABZSO de 41.783 μg kg⁻¹ e 125 μg kg⁻¹, respectivamente, em pH 3 os valores de Kf para o ABZ e ABZSO de 473 μg kg⁻¹ e 598 μg kg⁻¹, respectivamente. O processo é reversivél em pH 3 onde tem-se o processo da histerese de 0,848 e 0,773 para o ABZ e ABZSO, respectivamente. Para a remoção dos fármacos em solução aquosa, foi empregado 10 mg L⁻¹ de TiO₂, uma lâmpada vapor de Hg de 125 W e λmax 365 nm e um reator de borossilicato. Os estudos resultaram em uma remoção total do ABZ em 30 minutos e para o ABZSO de 38% em 60 minutos de reação. A avaliação ecotoxicológica com os organismos Daphnia similis e Raphidocelis subcapitata demonstraram redução na toxicidade ao final do processo. A avaliação de fitotoxicidade em sementes de alface e feijão indicou que a presença dos fármacos influenciou no percentual de germinação das sementes assim como no comprimento da radícula.
