Resumo:
A erosão atua na superfície do solo através da remoção e arraste de material, culminando na instabilidade de terrenos declivosos. A necessidade de conter e/ou reverter os processos de degradação do solo tem inspirado o desenvolvimento de técnicas como a bioengenharia, que utiliza materiais naturais e sintéticos em conjunto com métodos de engenharia, com o intuito de devolver à superfície condições de sustentação e equilíbrio. O uso de estacas vivas é umas das técnicas utilizadas para o estabelecimento da vegetação como solução de instabilidade de taludes e contenção de voçorocas, através da inserção de partes de plantas no solo. Devido ao grande número de taludes estabelecidos e a intensa ocorrência de problemas com sua estabilidade, a demanda na utilização de procedimentos de prevenção e recuperação tem aumentado, exigindo procedimentos de fácil execução, custo baixo e solução rápida. Dessa forma, este trabalho busca aprimorar a técnica de estaquia contribuindo com a análise do potencial de enraizamento e brotação de estacas de cinco espécies de plantas comuns na região (Acalipha wilkesiana, Jasminum mesnyi, Sphagneticola trilobata, Calliandra harrisii e Pennisetum purpureum), e análise do desenvolvimento de estacas de diferentes tamanhos (28; 15; 7,5 e 3 cm), com o intuito de facilitar o manejo e o plantio das mesmas. Para tanto, foram realizadas observações do número e peso seco de raízes e folhas, em dois tipos de substratos (areia e solo) e em dois modos de enterrio (estacas enterradas ou semi-enterradas). Os resultados mostraram que a espécie Penisetum purpureum apresentou melhor produção de folhas e enraizamento nos dois substratos. Quanto ao tamanho das estacas, verificou-se que, de modo geral, as estacas que tiveram maior índice de enraizamento foram as de 7,5 e 15 cm de comprimento no substrato solo; no substrato areia, o maior índice de enraizamento ocorreu nas estacas com 15 cm de comprimento.