Resumo:
Os hábitos da população em relação à exposição ao sol têm se modificado ao longo da história. Atualmente, a pele bronzeada é considerada um atributo de beleza. Somado a isto, a valorização do lazer, o incentivo à prática de esporte e atividade física, assim como o aumento na expectativa de vida da população, tem se traduzido em maiores níveis de R-UV acumulada ao longo da vida do indivíduo. Este aumento da exposição ao sol tem se refletido no aumento expressivo de novos casos de câncer de pele, entre outros efeitos. O objetivo deste trabalho foi quantificar a dose de R-UV acumulada a que a população está exposta em atividades cotidianas e comparar as doses recebidas à necessidade diária para o indivíduo saudável - dose recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Verificou-se que, nas três cidades analisadas – São Paulo (SP), Ilhéus (BA) e Itajubá (MG), breves períodos de exposição ao sol podem exceder a dose necessária para a manutenção da saúde. Uma pessoa exposta durante um dia inteiro de verão pode receber mais de 60 vezes a dose diária recomendada e um estudante pode chegar a receber até três vezes a dose recomendada de R-UV, em apenas 20 minutos, durante o recreio escolar. Em função desses resultados preocupantes, a divulgação da dose acumulada de R-UV a que estamos expostos diariamente e de seus possíveis efeitos sobre a saúde é uma ferramenta importante para alertar a população sobre a necessidade inadiável de fotoproteção.