Resumo:
O comportamento térmico de um transformador de corrente convencional de extra-alta tensão é função das perdas ôhmicas, perdas originadas nos núcleos magnéticos e perdas dielétricas. As perdas ôhmicas dependem das resistências dos enrolamentos e aumentam com o quadrado da corrente circulante. As perdas nos núcleos magnéticos são pouco representativas sob condições normais de operação. As perdas dielétricas são resultantes da circulação de corrente através do isolamento e dependem da qualidade e tensão aplicada ao mesmo, sendo, portanto não avaliadas pelos ensaios tradicionais de elevação de temperatura. Uma vez que as perdas dielétricas são proporcionais ao quadrado da tensão aplicada, sua influência torna-se mais significativa para equipamentos de tensões mais elevadas. Além das perdas dielétricas mais elevadas, transformadores de corrente de extra-alta tensão também são caracterizados por maiores espessuras de isolamento papel-óleo e consequentemente valores mais elevados de constante de tempo térmica. Os métodos existentes nas normas ora vigentes não levam em consideração tais fatores. Este trabalho discute os métodos de ensaio aplicáveis além de apresentar resultados práticos os quais demonstram a influência das perdas dielétricas na elevação de temperatura, bem como, sua relevância para a avaliação do desempenho térmico de transformadores de corrente de extra-alta tensão. Demonstra-se através de resultados práticos a necessidade de revisão dos métodos normalizados para o ensaio de elevação de temperatura e dos critérios para determinar-se a estabilização da temperatura.