Resumo:
A necessidade em diminuir o peso dos automóveis visando uma melhor economia de combustível e, consequentemente, reduzir as emissões de gases poluentes levou as indústrias a desenvolverem novas gerações de aços avançados de alta resistência (AHSS, do inglês Advanced High Strength Steel). O aço TRIP de médio manganês pertence à terceira geração destes AHSS e possui concentração de Mn que varia de 3% a 10% em peso. O presente trabalho consistiu em caracterizar a microestrutura e quantificar as fases apresentadas no aço TRIP de 3° geração com teor de manganês de 8%p. após tratamentos térmicos. Estes tratamentos são responsáveis por causar modificações microestruturais importantes no material conferindo características significativas à sua aplicação. O aço foi divido em três partes que foram austenitizadas em 1100°C por 1 h. Após austenitização, cada parte sofreu um resfriamento diferente, sendo: na água, no ar e no forno. Utilizou-se amostra de cada tipo de resfriamento para a análise da condição inicial. Outras amostras de cada condição de resfriamento foram recozidas em temperaturas de 600, 650, 700, 800, 950 e 1050°C, durante 15 min, estas temperaturas foram definidas por meio de ensaio de dilatometria . Em amostras selecionadas foram realizadas o ensaio de difração de raios X e medidas magnéticas após o ensaio de dureza Vickers. As medidas de difração de raios X foram realizadas no Laboratório Nacional de Luz Sincroton, LNLS. Com relação às medidas magnéticas, estas foram feitas na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), utilizando um magnetômetro de amostra vibrante (VSM – vibrating sample magnetometer). A caracterização da microestrutura foi realizada por meio de microscopia eletrônica de varredura (MEV) após ataque químico. Os resultados mostraram a presença da fase martensita 𝛼´, martensita ɛ, ferrita e austenita na microestrutura do aço. Uma maior fração volumétrica de austenita retida foi observada em temperaturas próximas ou igual a 700°C e decresceu em temperaturas superiores a 800°C. Verificou-se que as taxas de resfriamento afetaram a microestrutura final do aço, uma vez que uma maior fração de austenita retida foi encontrada na amostra resfriada ao ar, o que foi comprovado tanto pela medida magnética como nos resultados de difração de raios X.