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A realidade do acidente de trabalho no Brasil representa um problema de Saúde Coletiva. Na atividade rural, exposições a agrotóxicos e ao ruído são fatores de risco relevantes para agravos à saúde de trabalhadores. Este estudo transversal, conduzido em Conceição das Pedras, sul de Minas Gerais, teve como objetivo analisar a exposição combinada a pesticidas e ao ruído e sua associação na gênese de acidentes entre trabalhadores rurais. Um questionário foi aplicado em uma amostra de 172 trabalhadores, no período de abril a outubro de 2014. Foi realizada análise de regressão logística não-condicional progressiva passo-a-passo. Um dos modelos mais bem ajustados encontrado teve como significantes as variáveis: uso de ferramentas manuais motorizadas (RC = 7,69; IC 95% 1,58-37,45); ser portador de perda auditiva induzida pelo ruído (PAIRO) (RC = 28,05; IC 95% 1,38-572,06) e antiguidade na função (RC = 1,02; IC 95% 1,00-1,07). Em outro modelo bem ajustado construído, destacaram-se o fungicida PRIORI (RC = 11,78 IC95%; 1,95 -71,07); uso de ferramentas manuais motorizadas (RC = 8,28; IC 95% 1,66 – 41,32); ser portador de perda auditiva induzida pelo ruído (PAIRO) (RC = 38,60; IC 95% 1,69 – 878,96) e antiguidade na função (RC = 1,04; IC 95% 1,00 - 1,09). Constatou-se que máquinas agrícolas como a derriçadeira e a motosserra produzem níveis de ruído acima do permitido para uma jornada de trabalho de 8h, implicando em possíveis riscos à saúde. O estudo transversal, com seus limites, permitiu analisar as variáveis que apresentaram associação significante com o acidente de trabalho. Além disso, pode oferecer contribuição para medidas de prevenção, por meio da disponibilização de informações, e mais especificamente das atuais condições de exposição ao ruído e agrotóxico a que os trabalhadores estão expostos no campo. |
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