Eficiência da inserção da energia fotovoltaica no Brasil: uma abordagem por análise envoltória de dados.

Abstract

A busca pela redução de impactos negativos ao meio ambiente pela emissão de poluentes e a crescente demanda por energia pela retomada do crescimento econômico mundial reforça a inserção de fontes renováveis nas matrizes energéticas dos países. O Brasil tem vantagem frente a outras nações, dado que mais da metade da geração de energia é via hidrelétrica. Essa superioridade, porém, está comprometida devido à alteração recorrente no regime hidrológico, fator de instabilidade na oferta brasileira de energia. Este problema leva à busca de outras fontes de geração de energia. A Energia Solar - especialmente a fotovoltaica, constitui uma solução de baixo impacto negativo ambiental, fazendo uso de inesgotável fonte de energia, o sol. Corroboram com isso, o fato do Brasil possuir elevado índice de irradiação solar durante todo o ano. Outro fato para busca de fonte alternativa de energia é a inconstância nas tarifas de energia. A energia fotovoltaica pode ser gerada de modo descentralizado por microusinas. Este trabalho contribui nesta direção, apresentando uma análise técnico-financeira para apoio à decisão para inserção de sistemas fotovoltaicos para geração distribuída de energia. Esse estudo, por meio de Análise Envoltória de Dados, analisa e compara por meio da formulação de cenários, a eficiência relativa das 26 capitais do Brasil mais o Distrito Federal. A escolha destas unidades é devido a serem grandes centros consumidores de energia e estarem espalhados pelo Brasil em locais de diferente nível de irradiação solar. Os resultados evidenciam que as condições de retorno financeiro de algumas capitais são comprometidas por políticas governamentais não adotadas atualmente, tal como a aplicação do Convênio ICMS 16/2015 para Vitória, Curitiba, Florianópolis, Macapá e Manaus, o qual representou um ganho de eficiência relativo médio destas capitais de 129%, com especial destaque para Manaus que passou da 22º colocação no ranqueamento no cenário atual do Brasil para 4º com aplicação de tal política. Um outro cenário de redução dos impostos de importação foi proposto trazendo benefício sensível ao valor inicial do investimento e para o incremento da eficiência de inserção desta fonte em nossa matriz energética.