Resumo:
A geração de resíduos sólidos urbanos (RSU) resulta da atividade diária do homem em sociedade e a sua origem e produção está associada à intensa atividade industrial e ao crescimento populacional. A geração de RSU é crescente e seu gerenciamento tem se tornado uma tarefa difícil para a maioria dos municípios brasileiros. No Brasil o aterro sanitário é o principal destino do lixo que é coletado, porém há uma grande quantidade de lixo que ainda é depositado em locais inadequados. Desta forma se torna necessária a busca por tecnologias que recuperem energeticamente os RSU, pois assim resolveria questões relacionadas ao seu tratamento e disposição final, além de gerarem energia elétrica. Existem diversas tecnologias para o aproveitamento energético dos RSU, mas quando comparadas a outras tecnologias que utilizam a biomassa como fonte de energia, a incineração e o uso do biogás se apresentam como tecnologias maduras e bem estabelecidas comercialmente. O objetivo deste estudo foi avaliar os aspectos técnicos e econômicos da geração de energia a partir dos resíduos sólidos urbanos, através da combustão direta realizada em usinas conhecidas como “waste-to-energy” (WTE) e do biogás gerado nos aterros sanitários. Para tal, foi realizado um estudo de caso para uma população de 500.00 habitantes, posteriormente utilizou-se os softwares LandGEM e GateCycle para determinar a potência a ser gerada no aterro sanitário e na usina WTE respectivamente e a partir de então realizar a análise econômica. Os resultados demonstraram que do ponto de vista da geração de energia elétrica, a potência gerada na usina WTE é cinco vezes superior que a do aterro sanitário, mas que economicamente gerar energia através do aterro sanitário é mais viável devido aos baixos custos de investimento e operação e manutenção, 20 vezes e 4 vezes menor respectivamente. Devido principalmente à escassez de áreas nas grandes cidades para construção de novos aterros sanitários, as usinas WTE se tornam uma alternativa, porém para sua implantação é necessário ultrapassar barreiras políticas e sociais e devem existir mais incentivos para que essa tecnologia seja mais vantajosa economicamente.