Resumo:
Nos estudos elétricos de fluxo de carga, os cálculos desenvolvidos não
permitem saber de onde vem a energia que alimenta cada carga. Sabem-se
somente os fluxos de potência nas linhas, sem que as mesmas estejam
“carimbadas” ou “coloridas”. Saber de onde vem a energia, ou, de maneira dual, de
onde não vem, pode ser uma informação importante para a alocação de reforços de
geração (térmica principalmente), face a mudanças de critérios operativos, restrições
ambientais ou face a riscos hidrológicos.
No presente trabalho é apresentada uma modelagem para o cálculo do
impacto em cada uma das barras, de um determinado sistema elétrico de potência,
face a impactos sobre a energia firme de cada uma das centrais. Desenvolveu-se
um modelo de fluxo energético, partindo-se do fluxo de carga, teórico ou real, que
permite identificar a origem da energia afluente a cada ponto, permitindo, assim,
saber o peso de cada geração sobre a respectiva barra.
Utilizou-se Programação Linear como ferramenta matemática para a solução
do problema. Este, por sua vez, consiste em minimizar a somatória dos fluxos
energéticos em todos os ramos, pois não tem sentido haver circulação adicional de
energia, causando perdas desnecessárias. Denomina-se isto de “mínima entropia”,
pois maior circulação de energia promove aumento da entropia. As restrições são
divididas em restrições de barra, onde a soma das energias que chegam e saem
deve ser zero; nas linhas, a soma dos fluxos energéticos das diferentes gerações
deve ser igual ao fluxo calculado ou medido.
Chega-se à denominada “Matriz de impacto”, onde as linhas e colunas são
respectivamente “carga” e “geração”, e seus elementos o peso de cada geração no
atendimento de respectiva carga.
Para facilitar a análise e o próprio tratamento numérico, desenvolveu-se uma
técnica de redução do sistema elétrico, que permite agregar as barras, focando naquelas de maior interesse.