Resumo:
Representando a parcela do lixo sólido urbano que mais cresce mundialmente, o lixo
eletrônico é motivo de preocupações e de estudos por conter substâncias consideradas
perigosas ao ser humano ou ao meio ambiente, e também por liberar substâncias tóxicas
quando submetido a processos inadequados de recuperação de metais, dentre eles o ouro e o cobre, que apresentam as maiores vantagens econômicas. O Brasil, embora tenha instituído a Política Nacional dos Resíduos Sólidos através de Lei promulgada em 2010, ainda não disponibiliza os meios para a coleta e o adequado tratamento destes resíduos. Este trabalho analisou a incorporação, em pequenas proporções, de resíduos moídos de placas de circuito impresso, como agregados na fabricação de blocos de cimento destinados à função de vedação em construções em alvenaria. O encapsulamento de substâncias perigosas em matrizes cimentícias é técnica de eficácia comprovada para a redução da lixiviação e solubilização de resíduos, quando dispostos em aterros. Ao diluir os resíduos eletrônicos moídos no concreto dos blocos, ocorre o efeito do encapsulamento, com uma destinação final ambientalmente adequada e com menores riscos para o ser humano, tanto no processo de fabricação quanto no emprego dos blocos, durante a fase de construção e na vida útil da edificação. Na parte experimental deste trabalho fabricou-se dois lotes de blocos de concreto de vedação incorporando 1,5 % e 2,0 % do peso dos resíduos eletrônicos de placas de circuito impresso em substituição a igual peso de agregados. Realizados ensaios de laboratório, constatou-se que as características de resistência à compressão, do teor de umidade, de absorção de água e dimensionais, mantiveram-se dentro dos limites impostos pela norma aplicável, indicando a viabilidade da proposta.