Resumo:
Devido ao elevado impacto da climatização artificial na demanda de energia, novas medidas têm sido desenvolvidas, buscando melhorar a eficiência energética dos sistemas convencionais de ar condicionado e ventilação. Dentre as diversas técnicas pesquisadas, a Ventilação Sob Demanda, baseada na concentração de dióxido de carbono (CO₂-DCV), e o Economizador de Ar Externo (EAE), têm recebido grande destaque. O DCV consiste em modular dinamicamente a vazão de ar externo em função da ocupação do ambiente ou da qualidade do ar interno, possibilitando a economia de energia nos momentos mais quentes do dia e quando as condições de ocupação mudam. Dessa forma, com uma leitura das condições internas, pode-se reduzir a taxa de ar externo fornecido pelo sistema, sem deixar de atender as normas de conforto térmico. Por outro lado, edifícios comerciais utilizam a climatização artificial ao longo de todo o ano, mesmo quando a temperatura externa é baixa, fazendo uso da refrigeração por compressão mecânica de vapor para fornecer as condições de conforto. Nestas situações, o EAE ganha espaço, pois quando as condições externas são suficientemente favoráveis, este pode aumentar a vazão de ar externo para eliminar, ou reduzir significativamente, a necessidade de refrigeração mecânica. Assim, o EAE é habilitado quando o ar externo possui temperatura de bulbo seco menor que o ar interno ou quando o ar externo possui entalpia menor que o ar interno. Nos demais momentos do dia, o DCV assume o controle e permite reduzir o consumo quando a temperatura é mais alta. A partir de simulações em EnergyPlus, este trabalho busca avaliar os potenciais de redução no consumo de energia, e analisar a viabilidade econômica de um projeto desenvolvido a partir da aplicação conjunta das técnicas do DCV e do EAE, em uma edificação comercial localizada na cidade de São Paulo. Dessa forma, procura-se minimizar o consumo de energia em sistemas de climatização, e tornar as novas técnicas acadêmicas economicamente atraente para as empresas que os compõem condomínios comerciais, preparando-os para as novas certificações de eficiência energética que entrarão em vigor no Brasil.