Resumo:
As metodologias de cálculo das tarifas de transmissão buscam alocar e/ou atribuir todo ou parte dos custos existentes ou de novos custos da transmissão aos usuários da rede. O Brasil adotou a metodologia nodal para determinar as tarifas de uso do sistema de transmissão (TUST), a qual tem como característica o rateio de uma receita estabelecida pelo órgão regulador cujo fator de distribuição é derivado dos custos marginais de longo prazo. A definição destes custos marginais é onde, normalmente, encontram-se as diferenças básicas entre os métodos de alocação da receita. Além disso, muitas vezes a alocação não é completa, sendo necessário adicionar uma componente à tarifa para fazer a reconciliação de receita, que em função da forma de rateio foi denominada como Parcela Selo Postal. Tal reconciliação é feita utilizando um rateio proporcional ao montante da carga transportada que não incorpora o efeito da localização. Este trabalho apresenta um método alternativo de cálculo das tarifas de transmissão, ou seja, o método da Área de Influência (AI) que também é baseado em uma solução de fluxo de potência nos ramos da rede, mas cuja interpretação da Responsabilidade de Potência de cada usuário difere da metodologia atual da ANEEL. O objetivo do método da Área de Influência é fazer com que os agentes arquem com os custos de uso apenas dos elementos cujos fluxos são influenciados por suas injeções ou retiradas de potência. A metodologia proposta é aplicada num sistema de 24 barras do IEEE para servir de análise básica e didática como também no Sistema Interligado Nacional. Os resultados demonstram que a metodologia proposta deve ser considerada como uma alternativa viável para rateio da Receita Anual Permitida.