Resumen:
A utilização da queimada como manejo em solos agrícolas é prática comum no Brasil, podendo causar impactos negativos e positivos. Do ponto de vista ambiental, é necessário avaliar a qualidade do solo em ambientes que são constantemente submetidos ao manejo com queimada. Poucos trabalhos abordam o efeito da queimada na qualidade do solo de pastagem por meio da associação de atributos físicos, químicos e microbiológicos. Sendo assim, o objetivo deste estudo é avaliar o efeito da queimada sobre tais atributos em solo de pastagem, classificado como Argissolo Vermelho-Amarelo, de modo a observar a sua sensibilidade no impacto desse manejo. Foram estudados dois ambientes, queimado e não queimado, os quais foram subdivididos em cinco parcelas cada, com amostragem de solo em três profundidades (0-5 cm, 5-10 cm e 10-20 cm), para avaliação dos atributos físicos (DMG, DMP), químicos (fertilidade básica) e microbiológicos (atividade e biomassa microbianas, quociente metabólico, densidade total de celulolíticos, amonificantes, desnitrificantes, nitrificantes e bactérias solubilizadoras de fosfato), em duas épocas (setembro/2014 e março/2015). A queimada alterou a estabilidade de agregados, com redução dos valores de DMG e DMP, e proporcionou aumento nos teores de P e Mg, sendo que essas alterações se mantiveram ainda na segunda época de coleta. Houve efeito negativo da queimada no grupo microbiano de solubilizadores de fosfato, com valores inferiores no ambiente queimado nas duas épocas avaliadas. Observou-se impacto negativo na biomassa microbiana e no quociente metabólico imediatamente após a queimada, recuperando-se os valores na segunda época de coleta, quando comparados ao ambiente não queimado. Dessa forma, esses atributos podem ser considerados bons indicadores do efeito negativo da queimada em pastagem, com potencial de utilização em programas de manejo que adotam essa prática.
