Resumo:
O processo de urbanização intenso e crescente no mundo impôs profundas modificações nas características naturais do espaço geográfico, as quais geraram fortes consequências ambientais e tem causado sérios prejuízos ao meio ambiente. Essa sucessão de prejuízos foi marcada por altos índices de poluição, segregação espacial, ocupação de áreas protegidas, frágeis, desmatamentos e assoreamentos, caracterizando um estado real de degradação de todo o ecossistema. Os estudos de fragilidade ambiental permitem identificar e caracterizar os ambientes em função de seus diferentes níveis de fragilidade para assim propor ações adequadas ao uso e ocupação territorial do município. A identificação e caracterização de áreas de fragilidade ambiental no município de São Bento do Sapucaí-SP, apresentada neste trabalho, fundamenta-se na proposta metodológica de Ross (1994), nos estudos dos fundamentos teórico-conceituais e da legislação urbana e ambiental brasileira, do uso de bases cartográficas e de ferramentas de geoprocessamento. A estância climática de São Bento do Sapucaí- SP, possui cerca de 10.468 habitantes e tem, nas atividades turísticas e correlatas, seu maior potencial socioeconômico e, como outros municípios do país, também sofre diversos problemas de degradação urbana e ambiental. As análises deste trabalho foram feitas com base nas classes de fragilidade relativas às variáveis declividades, solos e uso e cobertura do solo. Após a ponderação das variáveis e o conhecimento de suas fragilidades, através do Sistema de Informações Geográficas, foi feita a soma ponderada das fragilidades ambientais, obtendo-se, assim, o mapa síntese das fragilidades dos ambientes naturais e antropizados. O Mapa Síntese da Fragilidade Ambiental resultante permitiu observar a predominância das classes de fragilidade forte (15,77%) e muito forte (35,47%), sendo este predomínio influenciado, principalmente, pela variável declividade, visto que o município se localiza em região de altas declividades. Os valores das fragilidades referentes às classes muito fraca, fraca e média correspondem a 5,39%, 18,74% e 24,63%, respectivamente. Com isso, tem-se que a caracterização das fragilidades ambientais do meio físico dos municípios é fundamental para subsidiarem planejamentos urbano-ambientais, sendo uma importante ferramenta de auxílio no ordenamento e fiscalização territorial.
