Abstract:
Em bacias hidrográficas existem diversos processos naturais que ocorrem, podendo causar mudanças nos fluxos hidrológicos e por consequência nos fluxos de sedimentos. Nesse sentido, a perda de solo pode ser potencializada por ações antrópicas que mudem as características físicas da bacia, principalmente, aquelas relacionadas ao tipo de solo e ao uso do solo. Neste trabalho foi feita uma calibração de um modelo de transformação chuva x vazão e posterior simulação hidrossedimentológica, para a estimativa das vazões e dos valores de perda de solo por erosão hídrica, para a bacia hidrográfica do Ribeirão José Pereira, em Itajubá, sul de Minas Gerais, utilizando o modelo distribuído Soil and Water Assessment Tool (SWAT). Foram gerados cinco cenários de uso e ocupação do solo, que foram idealizados a partir de características observadas na bacia. Cenário atual, onde a pastagem se encontra degradada, cenário de manejo agrícola, cenário de reflorestamento, cenário das áreas de preservação permanente (APPs) de margens de rios e finalmente cenários do crescimento da urbanização. Os resultados indicam que o manejo agrícola e o reflorestamento da bacia são mais eficientes na diminuição do escoamento superficial que o cenário das APPs, chegando a uma diminuição de aproximadamente 40% nas vazões máximas simuladas. O cenário de urbanização se mostrou com maiores vazões máximas e consequentemente maiores parcelas de escoamento superficial, como era esperado, efeito associado ao aumento da impermeabilização do solo. O transporte de sedimentos parece acompanhar os efeitos ocorridos nas vazões, ou seja, nas áreas onde ocorrem o manejo agrícola ou o aumento da área vegetada e consequente diminuição do escoamento superficial, o valor médio de sedimento simulado diminui, ocorrendo o contrário para os cenários das APPs e de crescimento urbano. Com o aumento do escoamento superficial, há um aumento na média anual de sedimento transportado ao longo da bacia. Os valores máximos de sedimentos simulados nos cenários 4 e 5 aumentam significativamente, ou seja, vão de 59,47 Mg/ha no cenário 1, para 150,71 Mg/ha e 150,07 Mg/ha respectivamente, onde se verifica novamente a influência do escoamento superficial nos resultados de sedimentos transportados dentro da bacia.