Resumo:
Este trabalho analisa o impacto das diferenças entre as normas contábeis brasileiras e internacionais no lucro e nos indicadores de desempenho das companhias brasileiras listadas na Bolsa de Valores de Nova Iorque (NYSE). Também busca confirmar a hipótese de conservadorismo da contabilidade brasileira, levantada a partir da teoria de Gray (1988), em que o sistema contábil brasileiro gera lucros menores do que os apurados segundo as normas internacionais. A pesquisa caracteriza-se como descritiva e a abordagem é quantitativa, com análise de correlação e regressão e aplicação do índice de conservadorismo de Gray. O estudo é composto por 21 empresas brasileiras listadas na NYSE. Os resultados mostram claramente a tendência conservadora das normas brasileiras, em que, em 14 casos, o lucro se mostra conservador (67%) e, em apenas 7 casos, otimista (33%), confirmando a hipótese de conservadorismo de Gray. Em relação à comparabilidade do lucro apurado, conforme as duas normas, fica evidente que apenas 28,6% das empresas, ou seja, 6 companhias têm seu lucro líquido comparável a 5% de materialidade. Para os indicadores de desempenho tradicionais há correlação significativa entre os índices. Dessa forma, pode-se concluir que as diferenças entre as normas não chegam a afetar de forma significativa os indicadores de desempenho das empresas.