Resumo:
A presente pesquisa investigou, no campo das tendências do desenvolvimento, educação e justiça ambiental, a questão do uso da água em uma escola agroecológica. Justificou-se pela importância da água, recurso finito indispensável à vida, cuja disponibilidade encontra-se em processo de diminuição gradativa, em decorrência do seu uso abusivo e desequilibrado para um projeto de modernidade. A pesquisa procurou compreender o conceito de desenvolvimento, contextualizando-o no tempo histórico e revelou a insuficiência teórica do seu conceito vigente, posto a partir do século XVI, frente à realidade social, saltando à face da pesquisa a circunstância fática de que a concentração de riqueza e expansão da economia, por si só, não alteram as condições de vida da população, pelo contrário, podem representar instrumentos de exploração e exclusão. A pesquisa procurou demonstrar a relação do homem com o meio ambiente, enfrentando resultados que revelam uma postura de arrogância, em que a tecnologia é aplicada em afronta aos processos naturais, com afastamento da ética, substituída pela avidez pelo lucro, com as consequências bem conhecidas na realidade contemporânea e outras ainda incalculáveis. Como hipótese, tem-se a possibilidade das ações de agroecologia tomadas pela escola se caracterizarem como mero instrumento de representação simbólica, desvinculada dos princípios de justiça ambiental. Utilizou-se como metodologia a pesquisa bibliográfica, observações, entrevistas e análise de conteúdo para alcançar os objetivos de verificar a existência do diálogo entre a prática da escola e o discurso do movimento agroecológico e compreender, em parte, a relação do aluno com o uso da água. Como resultado, tem-se em evidência algumas contradições nas práticas da escola, que representam uma irracionalidade também presente em toda sociedade, no que diz respeito ao uso comum da água.