Resumo:
A adoção criteriosa de mídias sociais nos contextos interorganizacionais pós-modernos pode contribuir de forma profícua para a inserção das empresas em mercados globalizados, por viabilizar a percepção do universo de oportunidades de exploração do ciberespaço, a partir das práticas de imersão em redes sociais de relacionamento e colaboração, por onde possam tecer estratégias relacionais de competitividade e inovação. O objetivo desta pesquisa é compreender como se dá a utilização destes recursos nos processos organizacionais de Micro e Pequenas Empresas (MPEs) de Desenvolvimento de Software, atuantes nas cidades de Itajubá e Santa Rita do Sapucaí, ambas no Estado de Minas Gerais, levando-se em conta a concorrência cada vez mais acirrada de similares estrangeiras, que já exploram os benefícios deste ferramental tecnológico utilizando-o para competir dentro do próprio mercado brasileiro. A metodologia utilizada foi o estudo de caso múltiplo, de natureza qualitativa, e caráter descritivo, cuja abordagem compreendeu a pesquisa a campo para aplicação de questionário predominantemente estruturado. Por meio do levantamento de dados, buscou-se analisar o grau de percepção empresarial quanto às oportunidades de exploração do ciberespaço a partir do uso dos recursos; avaliar seu grau de maturidade nas práticas de imersão e analisar sua experiência na formulação e execução de estratégias de inovação que garantissem maior competitividade. Em uma amostra de 21 empresas, verificou-se que, na maioria dos casos, o uso das mídias sociais não se apoia em conhecimento e planejamento prévios à adoção, ocorrendo de maneira não sistematizada nem monitorada, o que dificulta o acompanhamento dos impactos da imersão tanto no desempenho das empresas quanto na elaboração de estratégias de inovação correlativas. A importância da imersão não é tão significativa entre as empresas pesquisadas, mesmo sendo essas de base tecnológica, e, salvo algumas exceções, as competências necessárias ao melhor aproveitamento operacional e estratégico dos recursos ainda não foram desenvolvidas, o que inviabiliza o alcance das potencialidades esperadas com a imersão.